segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Uma porra de opinião sobre essa merda toda

Policial estadunidense beija namorado em protesto contra gays
Foto: Reprodução / Instagram / @WBCSays

Guilherme Freire Montijo


Foda-se é um bom começo. Uma palavra impactante. Chama a atenção. Espanta. Assusta. Choca. Atrai olhares de canto de olho e olhares indiscretos de tão invasivos. Gera revolta. Soco. Murro. Tapa. ‘Lampadada’. Quem diz é um pervertido. Boca suja. Com certeza não teve uma boa educação. O pai não cuidou direito. Sabe-se lá se teve pai, mãe. O meu filho não vai ser assim não. Ele vai ser bem criado. Quem quer um filho assim? Só um hipócrita. Mas isso tem cura. É só levar umas boas de umas palmadas e nunca mais faz isso. Acaba com a moral e os bons costumes. Na minha época não era assim não.

Mas o foda-se nunca é um começo. E esse é o problema. O começo é caralho. Talvez literalmente. Caralho! Que porra é essa? Por que eu tô pensando nisso? Que que tá pegando comigo? Seguido de cacete. (Se for literalmente talvez a ordem não seja a mesma que eu estou seguindo). Ou merda. (Talvez literalmente. O quê? Tem gente que gosta!). Cacete, isso não pode tá acontecendo comigo! Merda, e se alguém descobrir? E se o meu pai descobrir? E se a minha mãe desconfiar? E se meu irmão vir a saber? E se meu amigo notar? E se o meu vizinho perceber? E se a minha tia suspeitar? É uma merda mesmo.

Depois deixa pra lá. Deixa pra lá poderia ser bom. Deixa pra lá o seu pai, sua mãe, seu irmão, seu amigo, seu vizinho e sua tia e vai viver tua vida, rapaz! Mas não. Deixa pra lá isso que eu tô pensando. Isso é coisa da minha cabeça. Isso é só uma fase. Eu não sou assim. Eu não sou isso. Eu não sou aquilo. Eu não sou aquilo outro. Mas nunca dá pra deixar pra lá. Tem coisa que sobe. Tem coisa que pisca. E essas coisas, meu caro, não é qualquer deixa pra lá que faz com que sosseguem. E aí vem a fase da porra. Porra, eu tenho que saber como é. Sei lá, experimentar. Eu não sou isso. Só vou experimentar. Só para saber como é. A curiosidade matou o gato. No caso da porra, o efeito é inverso: quem é assassinada é a curiosidade. E pra quê? Porra, isso é muito bom! Porra, isso doi pra caralho! Porra, isso é foda pra cacete! Não dá pra fugir da porra. Por mais que você queira. Por mais que você negue. Por mais que você procure alternativas. A porra vai ficar lá, na porra da sua memória, esporrando qualquer porra de tentativa de fuga. Para quem ainda tá tentando fugir, aí vai uma dica: aceite. A porra é do caralho!


E aí quando você aceita, caramba! Caramba, que alívio! Caramba, que bom! Do caramba pro foda-se é um passo. Ou não. Porque existem umas cambadas de uns filhos do moralismo que insistem em fiscalizar vida alheia. Cu alheio. Pau alheio. Buceta alheia. Tem gente que, porra!, insiste em estragar a felicidade dos outros. Tem lugar que, caralho!, é uma porra de uma merda. E não há foda-se que ajude. Você é enforcado, assassinado, decapitado, mutilado, expulso de casa, chutado, esculachado. Acha que eu quero sua pena? Foda-se. Ninguém precisa de pena, caralho. Ninguém precisa da sua aceitação, cacete. Ninguém precisa da sua apreciação, porra! A gente precisa, a gente quer, a gente luta pelo o que é nosso de direito. Nosso lugar. Nosso espaço. Nossa vida. Nossas regras. Um foda-se no começo. Cacete e caralho onde a gente achar bom. E uma porra de uma explosão em toda regra que faça com que PESSOAS tenham uma vida de MERDA! 

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